segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Esperanças bebíveis.

Uma pessoa viu-me abatida
Em um bar, junto à bebida
Curiosa, enquanto eu aflita
A pessoa para alguém
aponta-me o indicador e pergunta
"Quem é aquela ali que está sentida?"
Como resposta
"A pessoa mais inteligente que conheci"
Escutando de longe percebi
Que pelo menos sou inteligente
A ponto de saber onde caio nas minhas derrotas
A ponto de entender que sou um fracasso, não tenho vitorias
A ponto de perceber que atraso todos na minha volta.
A ponto de desistir e burra o suficiente para insistir
Que não mereço mais que sofrimento
Quieta em um canto
Com um copo cheio
De esperanças
bebíveis e intorpecedoras
Acompanhadas de petiscos
De tempos perdidos
Com gotas que vou chamar de limão
Mas na verdade são lágrimas.
No final vou pedir a conta,
E vou perceber que perdi
Muito tempo me lamentando
Tanto quanto me esforçando.

Percebendo que mesmo assim
Não poderia ser mais.

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